Pastor é condenado por pregar contra homossexualidade na Alemanha

Diário da Diva 12/12/2020 Relatar Quero comentar

PUBLICIDADE

Um tribunal de Bremen, no noroeste da Alemanha, condenou um pastor protestante por “discurso de ódio contra homossexuais”, por dizer que homossexualidade é pecado em um seminário sobre casamento em 2019.

O , líder da Igreja St. Martini, vinculada à Igreja Evangélica na Alemanha (EKD, na sigla alemã), foi condenado a pagar uma multa de 8.100 euros (equivalente a 49.760 reais). Latzel irá apelar da sentença.

O tribunal concluiu que o pastor promoveu o ódio contra os homossexuais e atacou sua dignidade em um seminário sobre casamento realizado em novembro de 2019, no qual ele chamou as atividades políticas em defesa do movimento LGBT de “homolobby”.

PUBLICIDADE

Falando para cerca de 30 casais, Latzel disse: “Por toda parte os criminosos do Christopher Street Day (Parada Gay de Berlim) caminham. Todo esse lixo de gênero é um ataque à ordem da criação de Deus, é demoníaco e satânico”. O vídeo foi publicado meses depois em seu canal no YouTube, mas depois foi excluído.

No processo, a defesa de Latzel explica que as visões do pastor são baseadas na Bíblia e se referiam à homossexualidade como um conceito. Em sua fala, ele se referiu aos ativistas LGBT violentos, e não às pessoas homossexuais de maneira geral.

PUBLICIDADE

O juiz rejeitou a defesa, alegando que “a orientação homossexual de uma pessoa faz parte de sua personalidade”.

O advogado de Latzel disse que a decisão é uma “catástrofe”, abrindo as portas para “restringir a liberdade de expressão”. Ele ainda acrescentou que “embora hoje seja um ponto de vista encontrado na Bíblia, amanhã poderá ser qualquer outra opinião”.

Durante a sessão em que a sentença foi anunciada, vários grupos protestaram em frente ao tribunal, tanto a favor como contra Latzel.

Reações

A liderança da Igreja Protestante em Bremen, que já havia “condenado” a conduta de Latzel, disse que estava “preocupada que um pastor de nossa igreja seja condenado por promover o ódio contra um grupo de pessoas”.

PUBLICIDADE

Eles acreditam que a postura de Latzel poderia atrapalhar a imagem da Igreja Protestante na Alemanha.

Um jurista e colunista do Idea, um site evangélico alemão, se referiu ao caso como um “julgamento claramente errado”. Em contraste, um colunista de outro site evangélico, Pro Medien Magazin, concluiu que “a violência verbal contra homossexuais pode unir seus próprios seguidores [evangélicos], mas afastará os de fora para sempre”.

Nas redes sociais, as opiniões também foram divididas. Enquanto alguns cristãos expressaram “alívio” porque o “pregador do ódio” foi finalmente condenado, outros alertaram que os cristãos estavam começando a ser perseguidos “apenas por pregar o Evangelho”.

PUBLICIDADE

Conservador e popular

Por muitos anos, Latzel tem sido uma figura evangélica conservadora e polêmica dentro da Igreja Evangélica na Alemanha, que tem uma tendência teológica liberal.

Sua posição sobre o papel da liderança das mulheres na igreja, ecumenismo e islamismo tem se chocado com a de outros pastores protestantes. Por causa das posições teológicas de Latzel, foram realizadas duas petições na internet pedindo à Igreja Protestante de Bremen que o destituísse do cargo.

No entanto, a frequência à Igreja St.

PUBLICIDADE

Martini cresceu para mais de 400 fiéis nos últimos anos. O pastor também se tornou uma voz ativa na internet — são mais de 26 mil pessoas inscritas em seu canal no YouTube.

No passado, a Igreja St. Martini relatou ataques com tinta em seus prédios e ações de grupos LGBT interrompendo seus cultos.

Em entrevista à CBN News em 2016, Latzel disse que os ataques o tranquilizam e mostram que ele está na guerra entre Cristo e o diabo.

“Este é um sinal de que você está no caminho certo em sua pregação: quando você começa a ter problemas.

PUBLICIDADE

Se você pregar o Evangelho de Jesus Cristo e todos simplesmente lhe aplaudirem de pé, então alguma coisa está errada”, destacou.

Pastor Olaf Latzel entra em tribunal da Alemanha com uma Bíblia nas mãos. (Foto: Sina Schuldt/DPA

PUBLICIDADE

Comentário do usuário